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Foto do escritorTaiara Desirée

DIÁRIO VEGANO: BATE PAPO COM A LARISSA MALUF

Com a vida dedicada à proteção dos animais, Lari Maluf coleciona belas histórias recheadas de muito amor e gratidão nos olhos dos seres mais puros do Planeta, os animais!

Larissa Maluf, mais conhecida por Lari Maluf, tem 36 anos, é publicitária, vegana desde 2015 e criadora do Instagram @diario_vegano. Desde 2012, é voluntária na ALPA - ONG de proteção animal da cidade de Limeira-SP. Ela também é organizadora da Feira Vegana Limeira Veg, faz parte do Canal Vegflix, da plataforma Veganistas e atua como Coordenadora de Comunicação da Sociedade Vegetariana Brasileira.

Com muito amor, ela dissemina o veganismo para milhares de pessoas, transformando a vida de diversos animais e de todos aqueles que se sensibilizam com a dor do próximo e também passam a viver uma vida livre de crueldade.

Vegana há 4 anos, Lari tem muita história para compartilhar conosco e hoje ela é a minha convidada especial para estrear os bate-papos de 2019. Então, vamos conferir?!

BATE PAPO

TAIARA. Oi Lari, obrigada por aceitar o convite e por sua presença aqui o Bloguesia, seja bem-vinda. Para começarmos o nosso bate-papo, conta-nos um pouco sobre você e o seu estilo de vida.

LARI. Oi Tai! Eu que agradeço o convite. É um prazer poder falar um pouquinho sobre o veganismo e poder disseminar essa mensagem para mais pessoas. Falando um pouco sobre mim, tenho 36 anos, sou publicitária e atuo na área há muitos anos. A comunicação e o design sempre me encantaram. Aos 15 anos desenvolvi meu primeiro site como autodidata e nunca mais parei de buscar conhecimento nessa área. O que isso tem a ver com a causa animal? Alguns anos atrás, em 2012, fui convidada por uma amiga a atuar na parte de comunicação de uma ONG de proteção animal da cidade de Limeira [alpa.org.br], auxiliando nas criações e divulgações e foi ali que tudo começou...

TAIARA. Como você se tornou vegana? O que mais lhe influenciou e como foi o processo de adaptação para esse estilo de vida?

LARI. Com o trabalho voluntário na ONG comecei a me deparar com questões que nunca haviam passado pela minha cabeça e logo vi que não fazia sentido proteger apenas os animais que consideramos como “de estimação”. Me tornei ovolactovegetariana [ainda consumia leite, ovo e derivados]. Algum tempo depois, em 2015, ao assistir um vídeo do nascimento de um bezerro a ficha caiu de vez e percebi que a indústria do leite é ainda mais cruel do que a indústria da carne. Ver aquela mãe ser separada do seu filho logo após o nascimento [afinal o leite dela tinha como destino a venda] cortou meu coração e não fazia mais sentido consumir produtos de origem animal. Não posso dizer que foi difícil, pois ver aquela cena e pensar que aquilo acontece o tempo todo, no mundo todo, me movia a deixar qualquer desculpa de lado. Alguns segundos de prazer pelo meu paladar causavam sofrimento a um animal e isso sim era algo difícil de aceitar. Passei a experimentar muitos alimentos novos e descobrir muitos sabores que nunca havia sentido. Meu paladar sempre foi muito infantil e regado à arroz, feijão, bife e batata frita. Conhecer as tantas opções de vegetais que temos fez bem não só aos animais que deixei de consumir, mas também à minha saúde. Logo que deixei os derivados de lado percebi uma imediata melhora nas crises de rinite e amigdalite recorrentes que tinha antes dessa mudança. Pelo menos duas vezes ao ano eu me via tomando antibióticos por conta dessas crises. Depois de me tornar vegana, nunca mais elas apareceram.

TAIARA. Qual conselho você dá para quem ainda não é vegano e deseja ser e para quem nem pensa em ser?

LARI. O conselho é tentar! Nós vivemos em um mundo onde muitas pessoas não buscam informação e acabam desencorajando os outros a tomarem suas decisões. Quando me tornei vegana também foi assim. Amigos dizendo que eu teria problemas de saúde, questionando se aquilo era correto, se eu iria de fato conseguir manter aquela decisão. E o fato é que nós devemos nos apegar ao que nos fez decidir por isso. No meu caso foram os animais. Me mantive firme e segui em frente sem ligar para o que os outros diziam ou pensavam.Para quem nunca pensou em ser, meu conselho é ter coragem de pesquisar sobre o assunto. Assistir documentários como A Carne é Fraca, What the Health, Cowspiracy, Dominion e conhecer a realidade dos fatos. É impossível ser a mesma pessoa depois disso.

TAIARA. Sobre o Diário Vegano, conta para o pessoal o que eles podem encontrar por lá e como esse veículo tem ajudado milhares de pessoas nessa causa que faz bem aos animais, às pessoas, ao planeta e à nossa saúde.

LARI. Quando me tornei vegana muitas pessoas tinham curiosidade e me perguntavam o que eu comia, o que eu usava nos cabelos, maquiagens, roupas, etc. O Diário Vegano nasceu como uma forma de mostrar fora do meu Instagram pessoal [que acabei desativando depois de um tempo e mantendo apenas o @diario_vegano] como a vida não precisa ser complicada só pelo fato de ser um pouco diferente do que as pessoas estão acostumadas. Eu busco ali mostrar desde receitas que sejam parecidas com o que as pessoas comem [por exemplo um pavê de chocolate sem nada de origem animal] até o mais simples de tudo: alimentos acessíveis, nutritivos e fáceis de encontrar e preparados em poucos minutos, mostrando que o veganismo pode ser simples.

TAIARA. Como voluntária na ALPA - ONG de Proteção Animal da cidade de Limeira/SP, sei que muitas histórias já devem ter marcado a sua vida e todas são especiais, mas, compartilha conosco alguma delas que muito lhe impactou ao longo dessa caminhada.

LARI. Me lembro de uma ocasião em que junto à Polícia Ambiental visitei um abatedouro clandestino um mês antes do Natal. Aquilo me marcou muito, tanto pela quantidade de animais (na maioria leitões de poucas semanas) que estavam ali a espera do abate para abastecer as ceias natalinas, quanto pela naturalidade que as pessoas ali lidavam com a situação. O cheiro, o olhar daqueles animais em meio a machados, ganchos, sangue sujo nas paredes, todo aquele sofrimento para que as pessoas celebrassem a paz no dia 24 de dezembro não fazia (e não faz) o menor sentido.

Foto do abatedouro. Acervo Larissa Maluf.

Mas nem tudo é tristeza e a causa animal também traz momentos de alegria, como a história de quando resgatamos um Pitbull no Centro de Zoonoses de Campinas que havia sido ferido com ácido nas ruas. Estava com o rosto desfigurado e cego. Trouxemos para Limeira e cuidamos até que estivesse apto a ser adotado. Sua visão foi recuperada em um dos olhos e ele era dócil com as pessoas, porém não se dava bem com outros animais. Tentamos por semanas um lar que pudesse acolhê-lo, mas algo sempre dava errado e não entendíamos o porquê. Estávamos perdendo as esperanças e iríamos assumir a tutela do Horácio [nome que demos a ele] quando quase 2 meses depois do resgate recebemos uma mensagem de uma pessoa de Campinas, perguntando se ele havia sido encontrado na cidade pois o Pitbull dela havia fugido durante uma reforma na casa há cerca de 2 meses. Ela enviou uma foto (a única que tinha era de quando ele ainda era filhote, e ele já estava com 9 anos!) e as manchas eram iguais. Ela nos pediu para chamá-lo pelo nome - Chakkal - e ele imediatamente respondeu e ficou eufórico. Era ele. Levamos até a casa dos tutores e a alegria de todos, nos emocionou muito. Ali entendemos o motivo de não ter dado certo em nenhum outro lar que tentamos. Era pra ser assim…

Veja o vídeo com a história do Chakkal - AQUI.

TAIARA. Você é Coordenadora de Comunicação da Sociedade Vegetariana Brasileira. Explica para os leitores a importância de se associar à SVB.

LARI. Atuando com a ALPA desde 2012 aprendi a admirar e aplaudir o trabalho sério das ONGs, sejam elas pelas mais variadas causas que defendem. Não é fácil e muitas vezes ainda recebem críticas infundadas. Hoje, vivenciando de perto o trabalho da SVB sei que é fundamental informar, conscientizar e buscar levar o vegetarianismo para cada vez mais pessoas. E esse trabalho precisa de apoio para que possa ser cada dia maior. Os animais dependem disso, nosso planeta depende disso, nossa saúde depende disso.

TAIARA. Por fim, de maneira geral, qual mensagem você gostaria de deixar para o Mundo?

LARI. Que tenhamos empatia. Com os animais, com nosso próximo. O mundo precisa de mais respeito, mais amor, mais paz. Estamos vivendo momentos de ódio, violência, egocentrismo e isso não faz mal apenas para os outros, mas para nós mesmos. Se queremos um futuro melhor para aqueles que amamos, precisamos estender nossa compaixão a todos.

Mais uma vez, agradeço a Lari por compartilhar aqui conosco um pouco das suas experiências e pensamentos sobre o veganismo e por dedicar a sua vida a este lindo propósito que só reflete bondade e respeito para com os animais e o nosso Planeta.

Fico feliz em estrear as nossas entrevistas de 2019 trazendo mais uma convidada que tem tanta energia positiva para compartilhar conosco. Que o nosso Novo Ano seja repleto de empatia, paz, amor e alegria para todos os seres que habitam a nossa Terra.

Gostou do bate-papo de hoje? Vem ser VEGAN você também e faça parte dessa história que está mudando o Mundo.

Ah, e não esquece de acompanhar a Lari Maluf no @diario_vegano para ficar por dentro de todas as dicas e novidades da vida vegana.

Um super beijo e #GOVEGAN.

Taiara Desirée​

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