Reflexão dos estudos do Módulo 4 da Dimensão Visão de Mundo do Curso Design Para Sustentabilidade do Gaia Education, que apresenta o tema 'Saúde Pessoal e Planetária'.
Do ponto de vista holístico, vejo vários aspectos que precisam de mudança para que eu e toda a comunidade viva em um ambiente saudável, pois, como bem visto durante o estudo desse módulo, a minha saúde não depende apenas dos meus hábitos, mas do bem-estar de toda a teia da vida, afinal, a saúde humana e planetária estão fundamentalmente interligadas.
Não podemos manter a saúde sem considerar o que é necessário em todos os sistemas interconectados de nossas vidas; nosso eu como indivíduos, a nossa saúde física, a nossa saúde psicológica, nossas relações com nossas famílias, com nossas comunidades e com nosso meio ambiente. (Fraser & Hill, 2001, p. 73)
Várias passagens desse módulo são interessantes e estimulantes. Identifico-me com a abordagem da salutogênese e a geração de saúde positiva, pois sempre me pautei nesta perspectiva de aumentar sistematicamente a saúde e a resiliência do organismo, focando na qualidade de vida e não no controle de patologias, penso que, talvez por isso, sequer me recordo a última vez em que estive doente.
Fiquei encantada com a pesquisa do Richard Wilkinson e Kate Pickett que, em vez de procurar descobrir o que torna um indivíduo mais saudável do que outro, buscou descobrir o que torna uma sociedade mais saudável do que outra; apresentando evidências estatísticas detalhadas de que, entre países desenvolvidos, as sociedades que são mais iguais - com uma diferença de renda menor entre ricos e pobres - são mais felizes e mais saudáveis do que as sociedades com maior disparidades na distribuição da riqueza.
Como bem ensinou o horticultor Robert Hart (1913 - 2000) precisamos levar um estilo de vida baseado nas leis da saúde e não nos sintomas e causas da doença, abordagem também defendida pelo Fritjof Capra que diz que “o conceito amplo de saúde que será necessário para a transformação cultural - um conceito que inclui as dimensões individual, social e ecológica - exigirá uma visão sistêmica dos organismos vivos e, consequentemente, uma visão sistêmica da saúde”.
Outro ponto que muito me inspirou neste estudo foi a afirmação do médico e cientista de saúde, Dean Ornish (1998), que apresenta uma surpreendente quantidade de evidências sugerindo que ter o ímpeto para se engajar na cura do "outro" promove a saúde positiva em si. Por coincidência, este mesmo médico esteve em um excelente Documentário que assisti recentemente, o The Game Changers, que aborda a temática da alimentação livre de ingredientes de origem animal.
Achei incrível a abordagem de Ornish sobre o Senso de Conexão, explicando a diferença entre bem-estar e doença que, por sua vez, está claramente estampada no início das próprias palavras escritas em inglês:
WELLNESS (bem-estar) vs. ILLNESS (doença)
WE = nós = bem-estar
I = eu = doença
Deixar de lado o EU e promover um maior senso de cuidado e compaixão pelo resto da natureza (nós) tem um efeito salutogênico sobre a mente, corpo, coração e espírito. Reconheço essa manifestação de saúde positiva em mim, ao viver uma vida pautada no veganismo e na sustentabilidade, pois, engajar-me na cura dos outros seres e da Natureza como um todo, reflete em salutogênese, sendo aspectos extremamente relevantes em minha vida e, por isso, busco motivar outras pessoas a fazer o mesmo.
Como todos os módulos do GEDS, aprendi diversas temáticas que irei aplicar no meu dia a dia, entre elas destaco a Ecopsicologia, a Medicina Ecológica, a Biomimética, todos os aspectos do Design Salutogênico e do Design para a Sustentabilidade que, em um sentido geral é a o design para a saúde humana e planetária (Daniel Wahl, 2006) e as Três Maneiras de Construir a Resiliência Interior, quais sejam: 1. Meditação; 2. O caminho do Conselho; e 3. Reconexão com a Natureza; que também foram vistas detalhadamente no Módulo 3.
Também pretendo aplicar muitas outras maneiras de viver uma vida saudável e gratificante, assim como bem compartilha a Cornelia Feartherstone em seu relato pessoal (p. 15-17) que, inclusive, comungo com várias de suas frases e aqui destaco uma delas: “O meu trabalho me inspira e me realiza”. É justamente por isso que o tenho como verdadeiro propósito de vida, buscando ser instrumento para a transformação de um sistema saudável de design com a natureza na escala local, regional, nacional, continental e global, porque só assim, a vida como um todo prospera de maneira especial.
Em evolução...
Taiara Desirée
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