"O elo que nos une é mais forte que a ilusão que nos separa”!
Acredito que seja comum você já ter ouvido essa frase por aí, propriamente vinculada a discursos ativistas ambientais, campanhas sustentáveis e talvez também em terapias holísticas. Mas agora eu te convido a conectar com essa afirmação num sentido mais amplo dela. Vem comigo...
“Somos natureza!” O que ressoa em ti ao ler essa frase? O que te vem à mente? Qual a sensação que causa em seu corpo? Faça esse mini exercício mental ou até escrito, deixa que sua intuição te guie. Se entregue a esse breve momento. Deixa suas outras atividades suspensas para se concentrar, AQUI E AGORA.
Bom, acredito que nesse momento cada um teve suas respostas e conexões únicas e perfeitas. Cada um ressoou com seu tipo de vibração. E é ai que está a nossa chave, para o que eu quero te mostrar.
Ao perceber que somos únicos e perfeitos na nossa totalidade humana, podemos perceber que também somos únicos e perfeitos na nossa natureza em espécie, no sentido biológico do termo. Assim, ao nos sentirmos como parte Natureza, conseguimos ampliar nosso campo de percepção para além do EGO - nossa estrutura psíquica mediadora entre o consciente e inconsciente. Ou seja, temos a capacidade de nos enxergar como VERDADEIRAMENTE SOMOS. Sem hipóteses mentais, sem mediações emocionais, sem nos identificar com todos os tipos de emoções e pensamentos que nos atravessam para ir além da estrutura do Ego.
Em outras palavras, a Natureza nos ensina a ser o que é! Apenas isso. Esse é o legado dela, essa é a sabedoria que ela nos transmite. Se for estudarmos mais a fundo sobre Ecologia Profunda, percebemos que tudo está em perfeita harmonia, a Natureza é um sistema perfeito de autorregulação. Melhor dizendo, cada espécie tem seus próprios ciclos: uma semente nasce, germina, brota, fortifica suas raízes, TROCA nutrientes com o ambiente - necessários para sua sobrevivência, apenas o necessário- e então floresce, dá seus frutos, seus frutos ao caírem se tornam sementes novamente e assim continua seu processo gerador da vida. Que tipo de troca você realiza ao seu entorno?
Nós seres humanos também temos muita relação com esses ciclos naturais, porém na era pós-modernista, o foco foi demasiado mental, racionalista, separatista. Este foi o grande equívoco daqueles tempos, ao querer avaliar excessivamente o objeto, através do clássico método cientifico, executaram separações entre o objeto e o meio que este se encontrava. O modo dicotômico de eu/outro, sujeito/objeto, foi um grande gatilho para desencadear a grande crise ecológica em que estamos.
Segundo Leonardo Boff, nesta época predominou a lógica de dominium mundi, que implica na destruição da aliança de convivência harmônica entre os seres humanos e a Natureza, em favor de interesses apenas utilitaristas e parcamente solidários. Não se teve em conta a subjetividade, a autonomia e a alteridade dos seres da própria Natureza.
Ao analisarmos, a partir de então nos encontramos em um grande desequilíbrio da nossa natureza interna e o ambiente externo. Com essa mentalidade dicotômica, deixamos de nos apropriar como seres viventes que SOMOS partes da natureza, para entrar numa relação antropocêntrica com a Terra, na soberba de acreditar que somos o centro, superiores que os outros seres e que o próprio planeta.
Boff também nos revela que a raiz da crise ecológica é predominantemente sobre o tipo de relação que os humanos, nos últimos séculos, tiveram com a Terra e seus recursos. Sendo estas relações de domínio, de não reconhecimento de sua alteridade e de falta do cuidado necessário e do respeito imprescindível que toda alteridade exige.
Ou seja, entramos numa lógica destruidora de vida. Sem medir as grandes consequências causadas por este modo de vida. Chegamos num ponto crítico da nossa existência, em que produzimos lixos em grande escala sem prover o ciclo de reuso e descarte próprio dele. Podemos encontrar milhares de notícias que nos apresentam sobre os mares de lixo encontrados nos oceanos, aterros, grandes lixões. E então o que fazermos com esse excesso de produtos?
Do ponto de vista do planeta, não existe jogar o lixo fora porque não existe "fora".
Nossa geração herdou esse grande equívoco causado anteriormente, agora nossa missão é não deixar que isso se perpetue para as próximas gerações e voltar a reestabelecer o princípio harmonioso de vivência com a Terra, de maneira sustentável, ecológica e justa. É preciso resgatar o sentido que SOMOS NATUREZA, somos mais uma espécie habitando este planeta que chamamos de casa.
É necessário vivermos bem dentro dos limites planetários, que possamos caminhar juntos a essa construção e desatar hábitos antigos e destrutivos conosco e com nosso planeta. Para finalizar este post, fica um questionamento: Por que o ser humano é o único animal que insiste em destruir seu habitat?
Escreva pra gente o que essa leitura te despertou, compartilhar nossas visões e sentimentos é uma maneira de conexão.
Com amor,
Isabella Muniz
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